Quem Coda

O futuro da tecnologia do Brasil em mãos de mulheres negras.

Introdução

Em 2017, a PretaLab realizou um levantamento que ofereceu subsídios para refletir sobre a importância dos estímulos para que as mulheres negras e indígenas ocupem cada vez mais espaços nas áreas de tecnologia e inovação.

Dados de distintas pesquisas cruzaram esse e outros trabalhos da PretaLab com muita intensidade. Tanta, que nos levaram a arriscar a formulação de uma hipótese-convite para as mulheres negras em busca de oportunidade no país e para as instituições de tecnologia carentes de mão-de-obra para alcançar seus objetivos de negócio:

A aproximação entre esses mundos pode impulsionar o setor de tecnologia no Brasil.

Mulheres Negras

Por um lado, as mulheres negras ocupam as posições mais precárias do mercado de trabalho no país e lutam por oportunidades em que possam contribuir para seu desenvolvimento e para a evolução da sociedade.

Instituições de Tecnologia

Por outro lado, os profissionais do ramo de tecnologia - majoritariamente homens, brancos e jovens - não conseguem preencher todas as vagas de um setor que promete revolucionar a forma de trabalho do país nos próximos anos.

As mulheres negras acumulam os piores indicadores sociais no Brasil. Em casa, são as que mais sofrem com a violência e as que têm maior responsabilidade no sustento familiar. No trabalho, elas recebem os menores salários e têm os mais altos índices de desemprego. A falta de representatividade dessas mulheres é um problema não só para os direitos humanos e a liberdade de expressão, mas também para o ecossistema de tecnologia e inovação.

Aberta à formação autodidata e com necessidades de entender os desafios plurais de uma população tão diversa quanto a brasileira, a indústria da tecnologia pode alavancar negócios ao abrir seu mercado para as mulheres negras. À elas, a PretaLab sugere o caminho da busca de informação e capacitação para que adentrem esse universo tão potente e transformador.

Coletamos e organizamos aqui dados de diversos estudos e pesquisas que buscam evidenciar a situação das mulheres negras no mercado de trabalho brasileiro. A partir disso, tentando entender qual é a percepção sobre diversidade que os profissionais de tecnologia têm no país, a PretaLab se juntou à ThoughtWorks e fez uma pesquisa sobre o assunto: a #QUEMCODABR.

As mulheres negras no mercado de trabalho brasileiro

Eco do período escravocrata no Brasil, do consequente abismo que separa brancos e negros no país e do patriarcado, sabemos que as mulheres negras ocupam a base da pirâmide sócio-econômica da população brasileira.

Também com os menores índices de escolarização e mais baixo acesso a bens e serviços, tamanha desigualdade de oportunidades impacta a situação das brasileiras negras no mercado de trabalho, conforme podemos observar em dados disponíveis em diversas pesquisas abertas.

Sobre empregabilidade

Mulheres negras possuem a maior taxa de desocupação no mercado de trabalho…

A taxa de desocupação* de mulheres negras (13,3%) é a maior em comparação a homens brancos, homens negros e mulheres brancas (11,6%).

FONTE: PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS (PNAD, 2016).

… e também são as mais vulneráveis ao desemprego.

A vulnerabilidade* das mulheres negras ao desemprego é 50% maior.
A cada 1 ponto percentual a mais nas taxas de desemprego, as mulheres negras sofrem, em média, aumento de 1.5 ponto percentual.

FONTE: BOLETIM MERCADO DE TRABALHO.

Sobre condições de trabalho e renda

As mulheres negras são as pessoas mais submetidas à relações precárias e informais de trabalho...

39,08% das mulheres negras ocupadas estão inseridas em relações precárias de trabalho.*
Mulheres negras são o maior contingente de profissionais que trabalham sem carteira assinada.

FONTE: WWW.PREVIDENCIA.GOV.BR.

...E também recebem os salários mais baixos.

Em 2014, a renda das mulheres negras (R$ 946,00) ainda não tinha alcançado 40% da renda dos homens brancos (R$ 2.393,00).

FONTE: WWW.PREVIDENCIA.GOV.BR.

Mulheres negras têm a menor renda mensal entre os trabalhadores com ensino superior: R$ 2.918,27. Em primeiro lugar, estão os homens brancos graduados (R$ 6.702,00), seguidos de homens negros graduados (R$ 4.810,00) e mulheres brancas graduadas (R$3.981,00).

FONTE: INSTITUTO LOCOMOTIVA (2017).

Sobre ocupação

No mercado formal de trabalho, existe maior presença de mulheres negras nas seguintes áreas:

educação

professoras

saúde

enfermeiras, cuidadoras

estado

funcionárias públicas e militar

outros

trabalhadoras domésticas

FONTE: BOLETIM MERCADO DE TRABALHO.

Nas maiores empresas do país, as mulheres negras estão concentradas nos cargos mais baixos dentro das organizações.

As mulheres negras preenchem 10,3% dos cargos funcionais, 8,2% dos cargos de supervisão, 1,6% das posições na gerência e 0,4% no quadro executivo.

FONTE: INSTITUTO ETHOS, PESQUISA FEITA EM 117 DAS 500 MAIORES EMPRESAS DO PAÍS.

Perfil dos profissionais de tecnologia no Brasil hoje:
a pesquisa #QUEMCODABR

Por outro lado, #QUEMCODABR, promovida pelo PretaLab, em parceira com a Thoughtworks, entre os meses de novembro de 2018 e março de 2019 (693 respondentes válidos em 21 estados brasileiros, incluindo o DF), levantou dados sobre o perfil dos profissionais de tecnologia hoje no Brasil.

Segundo a pesquisa, as pessoas que trabalham em tecnologia no país hoje são, principalmente: homens, brancos, jovens de classe sócio-econômica média e alta que começaram a sua trajetória nos centros formais de ensino.




Distribuição por renda mensal domiciliar

Como iniciou seus estudos?

Ensino formal

Autodidata

Na internet

No trabalho

Iniciativas sociais

Outro

Pergunta múltipla escolha, soma total de respostas acima de 100%.

Escolaridade

Em um país com mais de 13 milhões de pessoas desempregadas (#QUEMCODABR, junho, 2019), chama atenção que, desde 2015, os setores de tecnologia estão entre os que mais geram vagas de trabalho.

São muitas as oportunidades lançadas ao mercado mensalmente e poucos profissionais capacitados ou inscritos nos processos de seleção.

Com uma exigência cada vez maior de criação de times diversos que conheçam os desafios e jornadas de comportamento de brasileiros com características plurais.

O setor de tecnologia pode ser um cenário de atuação para as mulheres negras em busca de oportunidades profissionais.

Baixe a pesquisa #QUEMCODABR completa, realizada pelo PretaLab em parceria com a ThoughtWorks

clique aqui para baixar

Oportunidades e perspectivas

Como o setor também valoriza a formação autodidata, é interessante atentar-se às vagas que serão mais procuradas nos próximos anos e buscar capacitação e informação sobre elas.

Para os próximos anos automação e robótica devem substituir algumas atividades humanas, mas também há a previsão de surgimento de novas profissões e deslocamento de profissionais das atividades extintas para as novas.

Quantidade de vagas disponíveis

5 mil

vagas abertas somente em startups

70 mil

novas vagas poderiam ser abertas em 2019 se existisse mão de obra capacitada

420 mil

trabalhadores precisam ser contratados para atingir as metas das companhias até 2024

FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE STARTUPS (ABSTARTUPS), EM WWW.EM.COM.BR.

Tipos de vagas disponíveis

 

desenvolvedores de softwares de aplicativos

 

especialista em comércio eletrônico

 

automação

 

machine learning

 

inteligência artificial

 

internet móvel

 

analista de dados

 

inovação

 

capacitação e treinamento

FONTE: FORBES BRASIL. THE FUTURE OF JOBS REPORT DO FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL, 2018.

Juntas somos mais fortes

A PretaLab é uma iniciativa do Olabi, organização social que trabalha para trazer diversidade para a tecnologia e inovação, viabilizada com o apoio da Fundação Ford no Brasil. Caso você queira colaborar com algumas dessas frentes de ação ou tem outras ideias, entre em contato conosco.

comunidade@olabi.org.br

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Multiplicando diversidade e inclusão: conheça os serviços da PretaLab para empresas

Com o tempo, percebemos que incluir e aumentar a visibilidade das mulheres negras nas áreas de tecnologia e inovação não seria o suficiente se as empresas não estiverem preparadas para recebê-las!

Saiba mais

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Invista na transformação

Seja também uma empresa parceira. Entre em contato via

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Contar com a PretaLab como parceira em nosso objetivo de desenvolver e empoderar mulheres para reinventarem o mercado de Tech com a gente foi essencial para nos aproximarmos ainda mais do futuro que desejamos, onde a tecnologia é um ecossistema diverso e de equidade.


Depoimento aqui

Profissional


A PretaLab têm sido uma parceria chave para promover igualdade racial dentro e fora da Thoughtworks. Através dessa parceria realizamos o ENEGRECER recrutamento expresso, feito por e para pessoas negras, um marco na história da Thoughtworks. Além de uma pesquisa sobre o cenário racial no setor de tecnologia no brasil, que direcionou ações e iniciativas internas para enegrecer a tecnologia.

Quem fez

Equipe Olabi: Silvana Bahia, Gabriela Agustini, Iana Barenboim, Ana Carolina da Hora, Larissa Bispo, Roberta Hélcias, Hugo Lima e Deborah Ribeiro.
Parceiros: Daniel Coronel, Maria Rita Casagrande, Mayra Fonseca e Equipe Ambos&& - Visualização de dados: Barbara Castro, Julia Fonseca e Jacqueline Pires.

Foto ao fundo: Ana Clara Tito/Olabi

Material licenciado sob a licença Creative Commons CC-BY. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir deste material, desde que seja atribuído o devido crédito pela criação original.
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